segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vida de Vestibulando

Todos os anos, milhares de estudantes de todo país começam seus estudos com um único e comum objetivo em mente: ser aprovado no Vestibular. Muitos desistem perante tão penoso desafio, outros persistem, mas sem obter satisfatório resultado e uma pequena minoria chega com sucesso ao final da caminhada do vestibular sendo aprovado numa boa universidade.

De fato, o vestibular não é misericordioso com os vestibulandos e uma vantagem quase insignificante pode fazer a diferença entre uma vaga na faculdade dos sonhos ou mais um ano sentado na cadeira do cursinho. Poucas pessoas sabem, mas algumas características importantes diferem o aluno de sucesso de todos os outros. Não existe uma formula mágica, mas sim estratégias que podem dar ao mais relapso dos alunos uma vantagem competitiva no vestibular.
O primeiro passo para qualquer projeto na vida começa por conhecer-se a si mesmo. Já dizia Oscar Wilde "conhecer os outros é inteligente, conhecer-se a si mesmo é a verdadeira sabedoria." Sem se conhecer fica difícil traçar expectativas reais e criar um plano que pode ser efetivamente seguido por você.
Você gosta de estudar ou estudar é uma necessidade? Você é mais produtivo pela manhã ou a tarde? Você é mais reservado ou mais aberto e comunicativo? A resposta para estas perguntas podem lhe ajudar a traçar seu perfil e assim planejar melhor sua rotina de estudos. Um estudante pouco produtivo pela manhã deveria deixar as manhãs para dormir, descansar e realizar qualquer outra atividade e optar por estudar a tarde e a noite.
Procure descobrir quais os períodos do dia em que você se sente mais confortável e atento para os estudos e escolha este período para estudar. Da mesma forma, separe a parte do dia em que você é menos produtivo para outras atividades. Procure também entender seu relacionamento com os estudos.
Se você não for uma pessoa muito interessada em estudar, procure criar pequenas recompensas por suas conquistas nos estudos. "Poxa, finalmente terminei de resolver aqueles exercícios ridiculos daquele capítulo", dê a si mesmo um pequeno presente pela vitória. COntudo, lembre-se que o maior presente é uma vaga na UFPR.
Estude aos poucos. O vestibular é considerada uma maratona. Muitas vezes, você estuda o ano inteiro para uma única prova. Estude gradativamente. Crie uma rotina de estudos que vai aumentando em quantidade e horas de estudo aos poucos. Não comece a estudar às 7h da manhã e só pare às 11h da noite. O cérebro precisa ser treinado para sua nova rotina e qualquer sobrecarga pode fazer você se desmotivar.
"Se os homens fossem constantes seriam perfeitos." (William Shakespeare) Como ser aprovado no vestibular sem ser constante? A constância é uma das grandes armas de qualquer vestibulando. O importante não é quanto você estuda, mas por quanto tempo você consegue estudar da mesma maneira. Quando se inicía a caminhada para o teste que vai ou não lhe garantir uma vaga na universidade, milhões de estudantes seguem confiantes com o mesmo objetivo que você, porem no meio da caminhada mais de 80% dos estudantes já desistiram e dos que sobraram, menos de 10% está realmente preparado e em condições de efetivamente disputar a tão cobiçada vaga.
A grande diferença destes menos de 10% é a constância. Eles se focaram em um propósito e decidiram seguí-lo até o fim. Faça o mesmo. Mantenha-se constante em sua rotina de estudos. Por mais que você estude menos num dia ou mais no outro, procure manter um equilíbrio em sua rotina e não fuja dela.

A maior importância desse post é para aqueles que vão seguir no cursinho ano que vem. Se você já fez isso nesse ano, com certeza, no ano que vem, você estará numa Universidade Federal. Para você que desistiu, mude suas opiniões, redirija seus objetivos. Se eles conseguiram, você também irá conseguir. Antes de inteligência, o processo requer dedicação.

Boa semana.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

É raiva da vida, ódio do ser


Deixar claro! A vida é o fruto das pancadas. Se você nasceu apanhando, vai morrer apanhando.

E se eu bem me lembro, eu não nasci apanhando.

Sem mais,

Bom final de semana.

domingo, 1 de novembro de 2009

2012, o Fim do Mundo, Será dessa vez?


Os planetas, as estrelas, o calendário maia e, é claro, uma superprodução de Hollywood reavivam a ideia aterrorizante do apocalipse e levantam uma questão: por que continuamos a acreditar em profecias finalistas apesar de todas elas terem fracassado redondamente?
O escritor Patrick Geryl tem 54 anos, escreveu uma dezena de livros, nunca se casou, não tem filhos e atualmente anda muito ocupado preparando-se para o fim do mundo. Na semana passada, esteve em Sierra Nevada, no sul da Espanha, acompanhando uma equipe de televisão do Canadá, numa vistoria às habitações que estão sendo construídas ali. São ocas de cimento capazes de resistir ao cataclismo que, acredita Geryl, destruirá o planeta Terra no dia 21 de dezembro de 2012. "Queremos um lugar a uns 2 000 metros acima do nível do mar", explica. Ele e seu grupo pretendem levar 5 000 pessoas para um local que resistirá aos horrores do apocalipse. Será o último dia do resto da humanidade, acredita Geryl, um dia para o qual ele se prepara desde a adolescência, quando, aos 14 anos, na histórica cidade belga de Antuérpia, começou a se interessar pelo assunto lendo livros de astronomia. Ao voltar da Espanha, Geryl ocupou-se em relacionar os itens que devem ser levados para o bunker antiapocalipse. Na lista coletiva, havia 348, faltando ainda incluir os medicamentos. Na de uso individual, 86.
O ano de 2012 tornou-se o centro de gravidade do fim do mundo por uma confluência de achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru em 2012. Depois, veio à tona que o calendário dos maias, uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana, acaba em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se os maias, tão entendidos em astronomia, encerraram as contas dos dias e das noites nessa data é porque depois dela não haverá mais o que contar. Posteriormente, apareceram os eternos intérpretes de Nostradamus e, em seguida, vieram os especialistas em mirabolâncias geológicas e astronômicas com um vasto cardápio de catástrofes: reversão do campo magnético da Terra, mudança no eixo de rotação do planeta, devastadora tempestade solar e derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da Via Láctea – tudo em 2012 ou em 21 de dezembro de 2012.
Com tantas sugestões, a profecia ganhou as ruas. No site da Amazon, há 275 livros sobre 2012. Nos Estados Unidos, já existem lojas vendendo produtos para o apocalipse. Os itens mais comercializados são pastilhas purificadoras de água e potes de magnésio, bons para acender o fogo. O fim do mundo é uma ideia que nos aterroriza – e, nesse formidável paradoxo que somos nós, também pode ser a ideia que mais nos consola. Por isso é que ela existe.
As profecias do apocalipse marcham ao sabor de números redondos, catástrofes naturais e eventos astronômicos supostamente especiais. Como se sabe nunca deram certo. A primeira profecia registrada foi no ano 1000. Os teóricos do apocalipse disseram que o Juízo Final ocorreria 1000 anos após o nascimento de cristo. Chegou ao ano e nada aconteceu. A explicação foi que a data certa era 1000 anos depois da morte de Cristo, em 1033. Depois vieram tantas outras, 1524, 1533, 1537, 1648, 1736, 1843, 1881, 1914, 1939, 1980, 1982, 1999 e, por fim, no ano 2000 que falaram que o juizo final ocorreria 2000 anos após o nascimento de cristo, como explicação do equívoco disseram que a data certa é 2000 anos após a morte de cristo, em 2033.
As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela alma, pela psique, pelo cérebro humano. Uma das explicações está no fato de que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. A própria humanidade, analisada do ponto de vista científico, é fruto do acaso. A preponderância do aleatório sobre o determinado pode dar a sensação de desesperança, de que somos impotentes diante de todas as coisas. Talvez nisso residam a beleza e a complexidade da vida, mas o fato é que o cérebro está mais interessado em ordem do que em belezas complexas. Por isso, quando não vê significado nas coisas naturais, ele salta para o sobrenatural. "Nascemos com o cérebro desenhado para encontrar sentido no mundo", diz o psicólogo Bruce Hood, da Universidade de Bristol, na Inglaterra.
O achado de Hood foi descobrir que as crenças talvez não sejam fruto nem da religião nem da cultura, mas uma expressão de como o cérebro humano trabalha. É o que ele chama de "supersentido". É o supersentido que nos leva a bater na madeira, dar valor afetivo a um objeto ou conversar com Deus. A religião seria uma criação mental através da qual o cérebro atende a sua necessidade por sentido. O apocalipse, nesse caso, é uma saída brilhantemente engenhosa. Explica duas questões que atormentam a humanidade desde sempre: o significado da vida e a inevitabilidade da morte. Afinal, por que estamos aqui? A pergunta, em si, revela nossa busca por sentido, devido à nossa dificuldade de conviver com a possibilidade de que, talvez, não estejamos aqui por alguma razão especial. O apocalipse é uma resposta.
O começo do fim do mundo, diz João, evangelista e autor do Livro do Apocalipse, será anunciado por sinais tenebrosos: um céu negro, uma lua cor de sangue, estrelas desabando sobre a Terra e uma sucessão de desastres varrendo o planeta na forma de terremotos, inundações, incêndios, epidemias. A profecia de 2012 começou com base em eventos astronômicos e calendários antigos. Só depois recebeu a adesão de seitas espiritualistas e cristãs, mas originalmente 2012 é, digamos, um fim do mundo pagão. Se não é um fim com prêmio aos bons e punição aos maus, então por que acreditamos em profecias que nunca dão certo?
A explicação começou a surgir nos anos 50, quando o brilhante psicólogo americano Leon Festinger (1919-1989) resolveu testar uma hipótese revolucionária: a de que, diante de uma profecia fracassada, os fiéis não desistem de sua crença, mas, ao contrário, se aferram ainda mais a ela.
As profecias do apocalipse são um desastre como previsão do futuro, mas excelentes como alegorias do presente. Nenhuma das hipóteses do fim do mundo em 2012 mencionadas nesta reportagem faz sentido. O planeta Nibiru nem existe. A civilização maia, cujo auge se deu entre 300 e 900 da era cristã, tinha três calendários: o divino, o civil e o de longa contagem, que termina em 2012. "Mas os maias nunca afirmaram que isso era o fim do mundo", diz David Stuart, da Universidade do Texas, considerado um dos maiores especialistas em epigrafia maia. Uma mudança no eixo de rotação da Terra é impossível. "Nunca aconteceu e nunca acontecerá", garante David Morrison, cientista da Nasa, agência espacial americana. Reversão do campo magnético da Terra? Acontece de vez em quando, de 400 000 em 400 000 anos, e não causa nenhum mal à vida na Terra. Tempestade solar? Também acontece e em nada nos afeta. Derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da galáxia? Não haverá nenhum alinhamento planetário em 2012, e, bem, quem souber onde fica "o centro" da nossa galáxia ganha uma viagem interplanetária. Mas Patrick Geryl, que se prepara para o fim do mundo, está certo de que tudo termina em 2012. E se não terminar? Geryl pensa, olha para o alto e responde: "Não existe essa hipótese". Ele e seu grupo encontrarão uma boa explicação quando o dia raiar em 22 de dezembro de 2012. Afinal, é preciso se preparar para um novo fim do mundo.


(Fonte: Revista Veja 01/11/2009)


Boa Semana.